Outro Lado
Coordenador diz que não conhece os documentos
Ex-integrantes da comissão não souberam explicar por que a documentação inédita não foi incluída no relatório final, apresentado em dezembro e que não trouxe nenhuma revelação sobre o período.
"Não sei dizer se comemos mosca, o que é péssimo, ou se foi uma decisão política, o que não acredito ter acontecido", afirmou Maria Rita Kehl.
Último coordenador e responsável por fechar o documento final, Pedro Dallari disse desconhecer a documentação, apesar do parecer elaborado pelos historiadores. Ele ressaltou que torce para o relatório ser "rapidamente superado" por novas descobertas.
Os comissários José Paulo Cavalcanti e José Carlos dias não quiseram falar a respeito.
Ex-pesquisadores afirmaram que todos os comissários tomaram conhecimento da documentação. Ainda segundo eles, Casa Civil e a Presidência da República também foram avisadas. "A responsabilidade pela análise, interpretação e utilização de documentos é exclusiva da comissão e jamais foi de competência da Casa Civil e da Presidência", respondeu o governo federal em nota.
A maior parte da documentação, arquivada na Universidade de Minas Gerais, está relacionada à sistematização dos arquivos militares. São fichas que ex-pesquisadores acreditam ser a prova de que ainda há um arquivo desconhecido em poder das Forças Armadas --elas sempre alegaram que esses papéis não existem ou já foram destruídos.
Um setor do grupo queria acionar o Ministério Público Federal para auxiliar na busca do arquivo, mas o pedido nunca seria formalizado.
Há ainda documentos do Cenimar (Centro de Informações da Marinha), Cisa (o equivalente da Aeronáutica) e CIE (Exército).