Advogados dizem não existir presídio digno no Brasil
Empreiteiros presos na Operação Lava Jato manifestaram nesta terça (24) preferência por permanecer na carceragem da Polícia Federal em Curitiba em vez de transferirem-se ao sistema prisional estadual.
O juiz Sergio Moro, responsável pelos processos criminais da operação, havia intimado os advogados a comunicar a preferência de seus clientes. O questionamento foi feito após a Folha relatar as condições dos executivos que estão sob a custódia da polícia.
Os defensores de quatro dos empresários disseram não existir no Brasil presídio com padrões dignos.
"As condições oferecidas pela Polícia Federal são dignas diante do holocausto que se vivencia no sistema carcerário brasileiro", disseram. A ala onde estão presos os executivos tem celas superlotadas, com vasos sanitários sem divisória entre os beliches.
Estão presos na carceragem da PF em Curitiba 11 executivos de seis empreiteiras. Também estão lá o doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró e o lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano.
Nesta terça, a Segunda Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) negou um pedido de liberdade do lobista, preso desde o dia 21 de novembro.