Petrolão
Não há qualquer indício contra Dilma, diz ministro
Cardozo também negou influência do Palácio do Planalto nas investigações
Segundo ele, Teori indicou que Dilma não deve ser alvo de inquérito nem quando deixar a Presidência
O ministro da Justiça José Eduardo Cardozo disse que a decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki sobre a referência feita à presidente Dilma Rousseff (PT) na investigação da Operação Lava Jato deixa claro que não há qualquer fato ou indício contra ela nas apurações do caso.
Com base nessa conclusão, Cardozo refutou o entendimento de que Dilma havia se livrado de apuração somente em razão da regra constitucional que não permite investigação contra o presidente da República, durante o exercício do mandato, por fatos não ligados à gestão.
Para ele, o despacho de Teori Zavascki que fundamentou a não inclusão de Dilma nas apurações indicou que ela não será alvo de inquérito ligado à Lava Jato nem mesmo após o fim de sua gestão.
O nome da presidente da República surgiu no depoimento do doleiro Alberto Youssef, que apontou que integrantes da cúpula do governo, entre eles Dilma, sabiam do esquema de corrupção na Petrobras. Porém, Youssef não deu detalhes sobre essa acusação e nem apresentou provas sobre isso.
Cardozo também negou a acusação de oposicionistas de que o governo tenha influenciado os pedidos de inquérito da Procuradoria-Geral da República no caso.
"O ministro Zavascki acatou o que disse o doutor Janot [procurador-geral da República]. Eu teria influenciado os dois? Que poder é esse?", afirmou Cardozo em entrevista no escritório da Presidência da República em São Paulo, neste sábado (7).
Ele afirmou que nos últimos governos do PT, ao contrário do que ocorreu em administrações anteriores de outros partidos, não houve interferência sobre o trabalho do Ministério Público.