Justiça Federal rejeita denúncia de 2006 contra 'aloprados' do PT
Juíza diz que compra de dossiê contra José Serra não configura crime
A Justiça Federal rejeitou a denúncia contra petistas acusados de compra de dossiê contra o candidato do PSDB ao governo de São Paulo em 2006, José Serra. Apelidados de "aloprados", eles foram acusados de crime contra o sistema financeiro e formação de quadrilha. Cabe recurso.
Em sua decisão, a juíza Fabiana Alves Rodrigues afirmou que a compra de dossiê contra um adversário político não configura crime, especialmente porque o acusado não saberia necessariamente que o dossiê era fruto de quebra de sigilo. Além disso, ela afirma que o Ministério Público não apresentou elementos que comprovassem as acusações.
Segundo a denúncia, os envolvidos se associaram para a prática de crimes com a finalidade de "desestabilizar" a campanha de José Serra.
Em setembro de 2006, a Polícia Federal apreendeu R$ 758 mil e US$ 109,8 mil com Valdebran Padilha, filiado ao PT de Mato Grosso, e Gedimar Passos, integrante da campanha à reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva. Foi Lula quem os chamou de "aloprados".
Ainda segundo a denúncia, o dinheiro foi usado na compra do dossiê sobre participação de tucanos em fraudes na aquisição de ambulâncias. Entre os envolvidos estaria Hamilton Lacerda, então coordenador da campanha de Aloizio Mercadante --hoje ministro da Casa Civil--ao governo de São Paulo.
A juíza entendeu que o fato de Lacerda ter sido coordenador de campanha de Mercadante não significa que tenha atuado na negociação. E alegou falta de provas quanto à acusação de uso de identidade falsa para a operação de câmbio que levou à obtenção dos recursos.