Grupos de sem teto realizam protestos em sete Estados
Manifestantes ligados ao MTST reclamam do atraso do Minha Casa, Minha Vida 3 e de medidas do ajuste fiscal
Atos foram registrados em SP, MG, RJ, BA, PR, CE e PB; em muitos locais houve bloqueio de avenidas e rodovias
Protestos promovidos pelo MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) interromperam diversas vias em municípios de sete Estados do país nesta quarta (18). Houve registros em São Paulo, Minas, Rio de Janeiro, Bahia, Paraná, Ceará e Paraíba.
No chamado Dia Nacional de Lutas pela Reforma Urbana, os manifestantes fizeram duas exigências: lançamento imediato do programa Minha Casa, Minha Vida 3, prometido pelo governo desde 2014, e recuo no ajuste fiscal.
O MTST considera que as ações para enfrentamento da crise econômica causaram prejuízo ao programa Minha Casa Melhor, de aquisição de eletrodomésticos, suspenso pelo governo. Segundo a presidente Dilma Rousseff, o governo está revendo o programa devido à inadimplência.
"O arrocho que está tendo não é sofrido pela elite, pelos ricos, mas por nós, os pobres. Nós não queremos intervenção militar, queremos intervenção popular", disse Maria das Dores, coordenadora nacional do movimento.
Em São Paulo, a rodovia Raposo Tavares foi fechada nos dois sentidos no km 21. A Régis Bittencourt foi interditada no km 269 do sentido sul.
Na capital houve protestos em vários pontos. Um grupo interditou totalmente a marginal Pinheiros por 50 minutos, na altura da ponte do Socorro. A pista local da marginal Tietê foi bloqueada das 9h30 às 11h. Houve bloqueio total da avenidas Nações Unidas, próximo à ponte Transamérica, e Aricanduva. E parcial da avenida Senador Teotônio Vilela. O entorno do terminal João Dias e a estrada de Itapecerica foram fechados. Assim como a Radial Leste.
"Nossa pauta principal é a liberação do Minha Casa, Minha Vida 3. No cenário de ajuste que o país está vivendo, a presidente vem retardando o anúncio deste programa, que é o maior de moradia do país", afirmou Josué Rocha, um dos coordenadores do MTST.
"Somos contra os cortes dos direitos dos trabalhadores e contra o aumento das tarifas em geral porque eles não podem pagar pela crise."
Rocha também criticou alguns pontos dos atos contra Dilma realizados no domingo (15): "A gente [...] também é contra as iniciativas de golpismo que estão aparecendo na sociedade. O Brasil precisa hoje de uma intervenção popular, não militar", disse.
DISPERSÃO
No Rio, uma manifestação com cerca de 50 integrantes do MTST fechou o trecho do km 321 da Niterói-Manilha, das 6h50 às 7h40. O trecho fica na cidade de Niterói.
Em Contagem (MG), cerca de 300 manifestantes fecharam os sentidos do trecho norte da BR-040, que liga Belo Horizonte a Brasília.
Na capital mineira, dois pontos da rodovia MG-10, que dão acesso ao aeroporto de Confins, foram bloqueados.
Em Uberlândia, houve protestos em três vias: BR-050 (que liga a cidade à Uberaba), BR-497 (ao Mato Grosso do Sul) e BR-452 (Itumbiara).
O Paraná foi o único Estado da região Sul com protestos. O Movimento Popular por Moradia realizou bloqueio no km 597 do Contorno Sul (BR-376), em Curitiba.
No Nordeste houve registros de manifestações na Bahia, no Ceará e na Paraíba.