Ministra do STF abre inquérito para investigar presidente do DEM
Agripino é citado por empresário que teria pago propina a políticos para apressar votação de lei
Senador nega as acusações; em 2011, a Procuradoria arquivou denúncia semelhante feita contra ele
A ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Cármen Lúcia atendeu a pedido do Ministério Público e abriu inquérito para investigar o presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN), citado em delação premiada por empresário de Natal que diz ter negociado propina com políticos para a aprovação de lei.
Presidente nacional do DEM, partido de oposição ao governo, Agripino foi coordenador-geral da campanha do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à Presidência da República no ano passado.
Agripino será investigado por ter sido mencionado por um empresário do Rio Grande do Norte, George Olímpio, que afirma ter pago propina para agilizar a tramitação de uma lei que criou a inspeção veicular no Estado, da qual o empresário se beneficiaria.
O Ministério Público do Rio Grande do Norte descobriu o esquema. Na época, 34 envolvidos foram denunciados, inclusive Olímpio, que decidiu colaborar com a Justiça apenas a partir de 2014.
Em delação premiada, Olímpio afirmou que Agripino teria lhe pedido R$ 1 milhão para campanhas políticas e que ele entendeu o pedido como uma chantagem: ou daria o dinheiro a ele, ou perderia o comando da inspeção veicular no Estado.
O senador nega as acusações (leia texto ao lado).
Olímpio ainda afirma ter entregue parte do dinheiro, R$ 300 mil, e ter feito empréstimos a pessoas indicadas por Maia para completar o que restava do R$ 1 milhão.
ARQUIVO
A Procuradoria já havia arquivado denúncia contra Agripino, feita por um parceiro de Olímpio, em 2011. Na época, o primeiro delator voltou atrás e desmentiu a acusação, e Olímpio divulgou nota isentando o senador.
A abertura de um inquérito não significa culpa. É apenas o estágio inicial de uma investigação.
Agora, o Ministério Público Federal irá ouvir testemunhas, buscar provas e, a depender do material que vier a obter, poderá apresentar uma denúncia contra o senador ou determinar o arquivamento das investigações sobre o caso. (SEVERINO MOTTA)