Petrolão
CGU abre processo contra cinco empresas
Essas companhias se juntam às outras 24 que já são alvo de ações administrativas por causa de esquema na Petrobras
Se condenadas, firmas podem ser proibidas de contratar com a União e pagar multas; acordo de leniência ainda é opção
A CGU (Controladoria-Geral da União) determinou a abertura de processos administrativos contra cinco empresas suspeitas de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras. Com isso, um total de 29 companhias são agora alvo do órgão.
A decisão deve ser publicada no "Diário Oficial da União" desta quarta-feira (1º).
A Folha apurou que é a última leva de processos administrativos da CGU contra empresas que apareceram nas investigações da Operação Lava Jato até o momento.
Os cinco novos alvos, segundo informações obtidas pela reportagem, são as empresas Construcap CCPS Engenharia e Comércio, Jaraguá Equipamentos Industriais, Niplan Engenharia, NM Engenharia e Techint Engenharia e Construções.
A abertura do processo administrativo significa que a CGU considera ter indícios da responsabilidade das empresas, mas elas ainda terão a possibilidade de se defender. As firmas devem ser notificadas nos próximos dias.
Caso condenadas administrativamente, as empresas podem ser impedidas de contratar com o governo e obrigadas a pagar multas.
As companhias, porém, teriam ainda a alternativa de tentar firmar acordos de leniência com a CGU, nos quais admitiriam ter cometido ilícitos e se comprometeriam a ressarcir o erário.
Em troca, se livrariam de punições mais pesadas. Ao menos cinco firmas já manifestaram interesse.
O Ministério Público Federal é contra a possibilidade de a CGU firmar acordo com as empresas, por entender que isso pode atrapalhar as investigações da Lava Jato.
Dessas cinco empresas alvo dos novos processos, Construcap, Jaraguá e Techint já haviam sido suspensas pela Petrobras, o que as impede de firmar novos contratos com a estatal.
PROCESSOS
Após o escândalo descoberto pela Lava Jato vir à tona, no ano passado, a CGU entrou no caso e passou a abrir processos administrativos contra as empresas.
Além dessas novas cinco empresas, haviam sido instaurados 24 processos administrativos de responsabilização contra outras firmas.
Segundo a CGU, todos esses processos foram por indícios de envolvimento no esquema apurado na Lava Jato.
No dia 3 de dezembro de 2014, foram oito empresas: Camargo Corrêa, Engevix, Galvão Engenharia, Iesa, Mendes Junior, OAS, Queiroz Galvão e UTC-Constran.
No dia 11 de março, outras dez: Alumini Engenharia, GDK, Promon Engenharia, Andrade Gutierrez, Fidens Engenharia, Sanko Sider, Odebrecht, Odebrecht Óleo e Gás, Odebrecht Ambiental e Setal Óleo e Gás.
No dia 18 de março, mais seis empresas: Carioca Engenharia, Egesa Engenharia, Eit Empresa Industrial Técnica, Skanska Brasil, MPE Montagens e Projetos Especiais, Tomé Engenharia.