Outro lado
Segundo CGU, material de Taylor não tinha indicação de 'ato ilícito'
A CGU (Controladoria-Geral da União) informou que não usou o material do ex-diretor da SBM Offshore Jonathan Taylor para embasar sua sindicância porque havia indícios de que foram obtidos de maneira "ilícita".
"O órgão se prontificou a ouvir o ex-funcionário, mas com a devida cautela na análise dos documentos e provas a serem fornecidos por ele, uma vez que havia indícios de que o material poderia ter sido obtido por meios ilícitos, o que poderia contaminar o processo de investigação da CGU", afirmou.
Segundo a SBM Offshore, Taylor teve acesso aos documentos no ano de 2012, quando, então funcionário da companhia, fez parte de uma auditoria interna da empresa sobre o caso.
A CGU afirmou que o material de Taylor não continha elementos indicando "ato ilícito" cometido por funcionários da SBM ou da Petrobras.
"Inclusive, durante o depoimento, Taylor afirmou que nunca viu essas transferências de recursos da empresa holandesa a agentes públicos da estatal", disse a CGU.
A controladoria-geral não menciona em sua nota pública o nome do lobista brasileiro Julio Faerman, apontado como intermediário da SBM e "figura chave" no esquema de propina com a Petrobras e personagem dos documentos e relatos de Taylor.
A CGU ressaltou que não comentaria as declarações sobre Julio Faerman, uma vez que o depoimento do ex-diretor "não faz parte do processo de investigação".
"A complexidade e a dimensão dos trabalhos resultaram na atuação coordenada com o envolvimento de quatro áreas da CGU", disse o órgão. "A CGU continua a investigação na busca de elementos que comprovem quaisquer irregularidades nos contratos entre a SBM e a Petrobras", ressaltou.