Outro lado
'Faltou coragem' à Itália, afirmou defesa de petista
O advogado de Henrique Pizzolato, Alessandro Sivelli, afirmou que a extradição demonstra de "falta de coragem" do Estado italiano para condenar a péssima situação das prisões brasileiras.
"O Estado italiano não quis tomar uma iniciativa corajosa e preferiu uma avaliação de caráter meramente político. Não quero fazer ilações sobre que acordos podem ter sido feitos entre os dois Estados", disse Sivelli a jornalistas italianos em Módena, no norte da Itália, cidade onde o petista está preso.
Para a defesa, prisões brasileiras oferecem risco cà integridade e à vida de Pizzolato, que tem dupla cidadania.
A tese foi acolhida na Corte de Apelação de Bolonha (instância preliminar), mas foi derrubado pela Corte Suprema de Cassação da Itália. A extradição foi confirmada pelo ministro da Justiça, Andrea Orlando. Não cabe mais recurso.
Na política, a luta foi desigual. Isolado dentro do PT no Brasil e sem contatos na Itália, a reação de Pizzolato resumiu-se a cartas enviadas a membros do parlamento italiano. Um pequeno grupo de Módena escreveu pedindo intervenção do papa Francisco contra a extradição.
Uma autoridade local sobre direitos de detentos na Itália também remeteu correspondência ao primeiro-ministro Matteu Renzi.
Nem o papa nem o premiê responderam aos apelos.