Operação Lava Jato
Nove executivos deixam prisão no Paraná após decisão do Supremo
Ministro elogia decisão de colegas do tribunal
DE CURITIBA E DE BRASÍLIA - O empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC, "desabou em choro" ao saber que seria liberado após quase seis meses. A afirmação foi feita nesta quarta (29) por seu advogado, Alberto Toron.
"Ele ficou muito feliz, sem palavras", disse.
Seu cliente e mais oito executivos e funcionários investigados na Operação Lava Jato foram soltos na quarta.
Todos ficarão em prisão domiciliar, por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), e foram à Justiça Federal do Paraná para instalar tornozeleiras eletrônicas que monitoram seus movimentos
Ainda não está definido, segundo Toron, se Pessoa seguirá ou não nas tratativas para fazer uma delação premiada. "Há decisões que são personalíssimas, não pertencem ao advogado", afirmou.
Para o ministro do STF Marco Aurélio Mello, representa uma "enorme decepção" para a sociedade a decisão da corte que revogou a prisão dos executivos. Para ele, foi um equivoco prender os empresários sem a comprovação de culpa.
"É uma esperança vã quando se inverte a ordem natural, que é apurar para, selada a culpa, prender-se", disse.
O ministro defendeu a decisão de seus colegas que entenderam que a prisão preventiva não pode representar a antecipação da pena.
Os executivos cumpriam a medida por decisão do juiz Sergio Moro, da Justiça Federal no Paraná.