O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.
Indicado por Dilma ao STF se defende nas redes sociais
Advogado paranaense Luiz Edson Fachin deve passar por sabatina no Senado nesta terça-feira (12)
Série de vídeos rebate críticas de que Fachin seria contra a propriedade privada e o casamento
O professor de direito Luiz Edson Fachin, indicado pela presidente Dilma Rousseff a uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal), recorreu às redes sociais para se apresentar como defensor da propriedade privada e do casamento, além de negar irregularidade no exercício da advocacia na época em que foi procurador do Estado do Paraná.
"Não tenho nenhuma posição radical em nenhuma dessas áreas", disse o professor em série de vídeos disponibilizadas na página do Facebook "Movimento FachinSim" --oposição à onda de citações "FachinNão" na internet.
Segundo a assessoria do advogado, o grupo de apoio ao professor é formado por alunos, advogados e amigos, sob coordenação do genro de Fachin, o professor de direito Marcos Rocha Gonçalves.
Os temas dos vídeos têm como base dúvidas que surgiram no Congresso e na internet, em relação a manifestações anteriores do advogado, desde que seu nome foi indicado para a vaga do ex-ministro Joaquim Barbosa. Fachin deve passar por sabatina no Senado nesta terça-feira (12).
O grupo de apoio ao professor diz que criou a página para combater "uma campanha difamatória" contra ele.
INTERVENÇÕES PONTUAIS
Nos vídeos, Fachin responde a perguntas formuladas pelo movimento, como "Alguns falam que Fachin é contra a propriedade privada. Vou perder minha terra?"
O professor mencionou positivamente "a liberdade de pensamento e expressão", mas ressaltou que "isso não significa concordar com a chancela que me tem sido atribuída de radicalidade".
"Intervenções pontuais episódicas que fiz não definem 35 anos de uma trajetória pautada pelo diálogo, pela serenidade, para construção do consenso", disse.
Fachin tem sido citado como apoiador do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Nos vídeos, afirma que a propriedade privada, como está na Constituição, é "um direito fundamental e como tal nós devemos seguramente obediência a esse comando constitucional".
Em outros vídeos, Fachin é indagado se "é contra a formação tradicional da família" e se defende a poligamia.
O professor negou com ênfase, dizendo que compreende a família como "uma instituição realmente fundamental para a sociedade".
"Evidente que no direito brasileiro não há lugar para reconhecimento da poligamia e eu não a defendo", disse. Casos pontuais, segundo ele, são parte da "conjuntura".
"Tenho entendido que família é basicamente uma comunhão de vida (...), não apenas como um contrato formal", reforçou o professor.
Em um quarto vídeo, Fachin se defendeu das suspeitas sobre o exercício da advocacia nos anos 90. Uma nota técnica do Senado, feita a pedido do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), concluiu que ele não poderia ter sido advogado e procurador do Estado ao mesmo tempo.
"A OAB fez um registro na minha carteira profissional, de que eu estava impedido de advogar somente contra a Fazenda Pública e as questões correlatas (...) Ao mesmo tempo que defendia o Estado poderria defender clientes e interesses privados", afirmou.