Executivo afirma que lobista tinha informação privilegiada
Júlio Camargo descreve atuação de Fernando Baiano na Petrobras
O executivo Júlio Camargo disse à Justiça nesta quarta (13) que o lobista Fernando Soares, o Baiano, tinha "informação privilegiada" da diretoria Internacional da Petrobras. Ele disse que ficou sabendo disso ao intermediar a venda de sondas da Samsung por US$ 1,3 bilhão à estatal.
O negócio foi fechado em 2006, quando Nestor Cerveró, preso sob acusação de ter recebido propina, era diretor.
Segundo Camargo, Baiano repassou a ele características da sonda que a estatal queria e prazo de entrega,"informações bastante importantes para esse tipo de negócio".
Baiano é apontado como lobista ligado ao PMDB, o que ele nega. A sigla também teria indicado Cerveró ao cargo, o que ele também refuta.
Ainda de acordo com Camargo, Baiano acertou reuniões entre ele e Cerveró para tratar da venda das sondas.
O executivo disse ter acertado o pagamento de US$ 35 milhões a Baiano, mas contornou o termo propina."Essa é a parte cinza da história. Havia uma posição de força do Fernando Soares junto à área Internacional [...] pode ser devido a amizade, à performance profissional ou um relacionamento de propina." (MCC e FF)