Auditor diz que usou dinheiro desviado em comitê de Richa
PSDB do Paraná nega veracidade da despesa
Governador tucano já disse que relatos de Luiz Antônio Souza são 'coisa de bandido'; partido nega acusações
O auditor Luiz Antônio Souza, preso acusado de fraudar a Receita estadual do Paraná, diz que usou R$ 20 mil do dinheiro arrecadado no esquema para comprar divisórias instaladas no comitê da campanha de Beto Richa (PSDB) à reeleição, em 2014.
Souza apresentou ao Ministério Público cópias de notas fiscais. A Folha teve acesso a uma delas, de R$ 5.700 e datada de julho de 2014, sobre a aquisição de 70 unidades de compensados. Ela cita identifica o CPF de Souza como destinatário. O endereço de entrega é o mesmo do comitê de campanha em Londrina (PR).
A revelação foi feita em delação premiada do auditor. Souza está preso desde janeiro sob acusação de enriquecimento ilícito e de exploração sexual de menores, crimes que ele admite.
O auditor sustenta que cerca de R$ 2 milhões do dinheiro da propina foram repassados à campanha de Richa. No sábado, Richa disse que o relato é "coisa de bandido".
Souza e mais 14 auditores e servidores são acusados de cobrar propina de empresários e, em troca, reduzir ou até anular dívidas tributárias --o esquema teria movimentado R$ 50 milhões em dez anos.
O PSDB-PR afirmou, por nota, que "não reconhece a veracidade da alegada despesa." Segundo a sigla, "a coordenação da campanha eleitoral do PSDB não encomendou o referido material, não autorizou e nem recebeu qualquer nota fiscal referente ao alegado serviço."
A assessoria de Richa disse que assuntos de campanha são tratados só pelo diretório.