Cotidiano em cima da hora
'É uma dor sem fim', diz Alckmin sobre filho
Governador afirma a revista ter encontrado conforto na leitura após morte de seu caçula
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou à revista "Istoé", em entrevista publicada na edição desta semana, que encontrou na leitura uma forma de buscar conforto após a morte do seu filho Thomaz, 31, em um acidente de helicóptero no dia 2 de abril.
"É uma dor sem fim. Uma dor que não passa", disse o tucano, de Nova York, onde participou de um seminário para investidores dos Estados Unidos no dia 13 de maio.
O governador paulista diz que começou a ler livros judaicos, espíritas, evangélicos e "especialmente católicos, pelo fato de eu ser católico" sobre a vida após a morte.
Alckmin citou, entre as suas leituras recentes, a última encíclica do papa Bento 16, e textos do filósofo Santo Agostinho (354-430).
Segundo o governador, sua vida ficou dividida entre antes e depois da morte do seu filho caçula.
"Óbvio que eu preferia [morrer no lugar de Thomaz]. Esta é a inversão da ordem natural das coisas", disse. "Pai enterrar filho é uma dor sem fim. Mas vamos ter fé."
ACIDENTE
As causas que levaram à queda do helicóptero onde estava Thomaz, caçula do governador, ainda estão sendo investigadas.
A aeronave caiu sobre uma residência em Carapicuíba, na Grande São Paulo.
Além de Thomaz Alckmin, que era piloto de helicóptero, outras quatro pessoas morreram: o piloto Carlos Haroldo Isquerdo Gonçalves, 53, e os mecânicos Paulo Henrique Moraes, 42, Erick Martinho, 36, e Leandro Souza, 34.
Thomaz deixou duas filhas, Isabela, de 11 anos, e a recém-nascida Julia.