Richa diz ser alvo de calúnias e armações
Em meio a crise financeira e denúncias de corrupção, tucano afirma que Paraná distinguirá 'verdade da mentira'
Em pronunciamento, governador do PSDB acusou adversários de tentar 'arrastá-lo para o mar de lama'
Em meio a uma crise política e econômica no início de seu segundo mandato, o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), afirmou nesta quarta-feira (27) que vem sendo alvo de "calúnias e armações" de adversários e que foi traído pelas projeções econômicas do governo federal.
O tucano enfrenta greve de professores e de outras categorias, que protestam contra os cortes de gastos da gestão.
Denúncias de corrupção em apuração pelo Ministério Público também atingem pessoas próximas ao governador. Nas últimas semanas, milhares de manifestantes saíram às ruas contra Richa.
No último protesto, foram 10 mil pessoas nas ruas. Outro acabou com quase duas centenas de pessoas feridas após uma ação policial.
"O nosso governo não será lembrado pelas calúnias dos nossos adversários. O Paraná saberá, ao seu tempo, distinguir o certo do errado, a verdade da mentira", afirmou o tucano em pronunciamento à imprensa.
As denúncias de corrupção foram qualificadas como "leviandade" e "armações" pelo governador, que acusou seus adversários de tentar "arrastá-lo para o mar de lama em que se encontram".
"Tenho sofrido as mais terríveis agressões e maldades. Atacam até mesmo a minha mulher. Espancam publicamente os fatos e conspiram contra a verdade. Pouco importam os fundamentos, porque o importante é condenar sumariamente", afirmou.
'TRAÍDO'
Sobre a crise financeira, Richa disse que foi traído pelos números do governo federal, que projetaram crescimento maior da economia e impulsionaram o Estado a gastar mais do que deveria --o Paraná fechou 2014 devendo R$ 1,2 bilhão a fornecedores.
"Fomos traídos em nossa confiança, acreditando nos dados oficiais. Nos iludiram e tivemos que agir", afirmou, justificando o ajuste fiscal feito pelo governo estadual.
"Acreditamos que a contabilidade nacional não era uma peça de marketing."
Richa disse que o momento mais duro do ajuste no Paraná, que incluiu mudanças na aposentadoria estadual e alta de impostos, acabou.
Ele ofereceu dar 3,45% de aumento aos professores, parcelado em três vezes, e antecipar a data-base para janeiro e conceder o índice da inflação projetada, de 8,37%.
Os 3,45% de reajuste neste ano estão abaixo da inflação dos últimos 12 meses e só compensam a alta de preços até dezembro de 2014.
A APP Sindicato, que representa os professores, afirmou que considera a proposta "imoral e indecente", e que o índice de 3,45% é "pífio".
O comando de greve irá se reunir nesta quinta (28) para deliberar sobre a proposta.