Petrolão
Justiça rejeita pedido de habeas corpus de dono da Odebrecht
Preso desde o dia 19, presidente do grupo 'se beneficiou' de conduta ilícita, diz juiz
O Tribunal Regional Federal da 4ª Região rejeitou neste sábado (27) pedido apresentado pelos advogados do presidente do grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht, para livrá-lo da prisão.
Preso no dia 19 pela Polícia Federal, o empresário é investigado por suspeita de envolvimento com o esquema de corrupção descoberto pela Operação Lava Jato na Petrobras. Está preso em Curitiba.
Para o desembargador federal João Pedro Gebran Neto, relator do habeas corpus, há indícios fortes da participação dele no esquema.
O juiz Sergio Moro, que mandou prender Odebrecht e outros executivos no dia 19, justificou a prisão dizendo que a empresa era parte do esquema e ele sabia de tudo.
"Como presidente do grupo Odebrecht, o paciente teria plena ciência do que ocorria no âmbito de contratações da Petrobras", escreveu o desembargador Gebran Neto ao recusar o pedido para libertar o empresário, reafirmando a decisão de Moro.
No dia 19, Moro disse que Odebrecht e os outros executivos representavam risco para a ordem pública por manter contratos com a Petrobras e, portanto, condições de seguir corrompendo seus funcionários. Além disso, o juiz afirmou que eles poderiam atrapalhar as investigações.
Para Gebran Neto, as provas encontradas até agora indicam que Odebrecht "não somente anuiu com a conduta ilícita como também dela se beneficiou".
A defesa de Odebrecht diz que não há provas contra o executivo e ele não participou nem tomou conhecimento de delitos associados a contratos da Petrobras. Marcelo Odebrecht deve recorrer ao Superior Tribunal de Justiça.
Executivos que passaram a ajudar a Justiça disseram que a Odebrecht participou de cartel para dividir obras da Petrobras e pagou propina para facilitar negócios.