'É lamentável', diz Dilma sobre aval a aumento
A presidente Dilma Rousseff classificou nesta quarta (1º) de lamentável a aprovação, no Senado, da proposta de um reajuste médio de 59,5% nos salários dos servidores do Poder Judiciário Federal.
"Não chamaria estas ações [do Senado] de desafios porque fazem parte da democracia. Achamos lamentável porque é insustentável um país como o nosso, em qualquer circunstância, dar níveis de aumento tão elevados", disse, durante visita à sede do Google, no Vale do Silício, na Califórnia.
A presidente reconheceu que a aprovação do projeto, que teria impacto de R$ 25,7 bilhões nos cofres públicos, segundo cálculos do Ministério do Planejamento, compromete o ajuste fiscal. "Mas não discuto veto antes da hora. Tenho que respeitar o procedimento legislativo."
Dilma tentou minimizar o peso da derrota --até senadores petistas foram a favor do reajuste, ignorando apelos do governo para barrar a votação, na terça.
"Eu tenho que agradecer o Congresso, uma parte expressiva do ajuste fiscal foi aprovado, então eu acho que tem horas que vocês [imprensa] criam um clima que não existe."
Ela ressaltou também, que no mesmo dia, outro tema caro ao governo, a redução da maioridade penal para crimes graves, foi rejeitado na Câmara, em sintonia com a posição do Planalto.
"Então, o Congresso, como a democracia, é assim, tem dia que você ganha e dia que você perde."
Dilma volta hoje para o Brasil após cinco dias de um giro por três cidades americanas. Sobre o clima político que a espera, afirmou: "Faz parte da realidade brasileira, eu gosto do Brasil e o clima político só me faz ficar mais atenta e me dedicar mais a resolver os problemas que necessariamente existem entre um governo e o Executivo e o Congresso".
Ela voltou a afirmar que o ex-presidente Lula tem "todo o direito de fazer críticas a quem ele quiser, especialmente a mim".