Outro lado
Youssef nada fez à campanha, afirma ministro
O ministro Edinho Silva (Comunicação Social da Presidência) afirmou à Folha que o depoimento de Alberto Youssef deixa claro que o doleiro "nunca manteve contato com a campanha de Dilma Rousseff" à reeleição.
''Desconheço as pessoas citadas. Apenas eu, Edinho Silva, tinha autorização da campanha de Dilma Rousseff para estabelecer contatos e efetuar arrecadação. Além disso, em janeiro de 2014 não havia sequer campanha eleitoral".
Edinho Silva foi o tesoureiro da campanha da petista.
A Folha perguntou à Secretaria de Comunicação Social e ao PT se a campanha ou o partido identificavam os personagens citados no depoimento de Youssef. E se houve ordem para repatriar o dinheiro vinda de algum coordenador da pré-campanha de Dilma Rousseff.
O ministro respondeu que, ao ser questionado pelo jornal, consultou os advogados sobre o conteúdo do depoimento de Youssef. ''Está explícito que o próprio depoente afirma categoricamente que nunca manteve contato com a campanha Dilma Rousseff.''
O ministro disse, ainda, desconhecer os fatos mencionados relacionados à repatriação do dinheiro. ''A campanha à reeleição de Dilma Rousseff arrecadou recursos apenas dentro da legalidade e, portanto, no país", afirmou.
Em trecho do depoimento, Youssef é questionado se sabe algo a respeito de doações oficiais de empreiteiras contratadas pela Petrobras para a campanha de 2014. Ele diz que não porque estava preso.
Edinho afirma ainda que a presidente convidou para o casamento da sua filha integrantes da diretoria da Petrobras e de outras estatais do país. E que a decisão de demitir Paulo Roberto da diretoria de Abastecimento da Petrobras foi da presidente Dilma, durante o processo de composição da nova direção da empresa.
O PT disse que não iria se pronunciar sobre o caso. O advogado de Youssef, Figueiredo Bastos, também não quis comentar. O advogado de Paulo Roberto, João Mestieri, afirmou que as declarações de seu cliente "são sempre verdadeiras".