O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.
Desembargador afastado no PR volta ao cargo
CNJ autorizou retorno de Clayton Coutinho de Camargo, alvo de 3 investigações do órgão
Dois anos após ser afastado por aumento patrimonial e suspeitas de venda de sentença e de tráfico de influência, o desembargador Clayton Coutinho de Camargo voltou às funções no Tribunal de Justiça do Paraná, do qual era presidente à época.
A decisão foi tomada pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) na terça (30) --Camargo, porém, ainda é alvo de três investigações do órgão.
A mais adiantada é sobre o seu patrimônio: a corregedoria do CNJ aponta indícios de fraude ao fisco ou lavagem de dinheiro em transações financeiras feitas por Camargo.
"[As condutas] trazem consigo inequívoca pecha de imoralidade e falta de eticidade", escreveu o então corregedor Francisco Falcão, em outubro de 2013.
Recentemente, a Procuradoria-Geral da República pediu a aposentadoria compulsória de Camargo por evolução patrimonial "incompatível com os rendimentos do cargo" em 2005 e 2008.
Na terça (30), o conselheiro Paulo Teixeira prorrogou o processo por mais 90 dias e, como a fase de investigação já foi encerrada, autorizou o retorno do desembargador ao trabalho.
Camargo, que tem 69 anos e renunciou à presidência do TJ após a abertura da investigação, comunicou o retorno à função nesta sexta (3). Ele nega as acusações.
Das suspeitas contra o juiz no CNJ, uma foi arquivada: a de tráfico de influência, pela nomeação de seu filho Fábio Camargo para o Tribunal de Contas do Estado.
Ainda prosseguem, sob sigilo, outras duas investigações: uma, sobre suspeita de venda de uma decisão --arquivada no Ministério Público do Estado--, e outra que apura um "pedido de favor" que Camargo teria feito em troca de influência numa ação.