Advogada de Odebrecht será ouvida em inquérito
Criminalista diz haver cerceamento de defesa
O depoimento de Marcelo Odebrecht à Polícia Federal, no âmbito das investigações da Operação Lava Jato, que seria tomado na manhã desta quinta (16), foi cancelado.
O presidente da construtora Odebrecht, que está preso na carceragem da PF em Curitiba, falaria no inquérito que investiga um bilhete com a mensagem "destruir e-mail sonda", escrito por ele dois dias após a prisão e enviado para sua defesa por meio de um agente policial.
O e-mail ao qual o executivo se refere foi apreendido pela PF na Odebrecht, em 2014, e faz referência a um sobrepreço em um contrato de sondas.
O motivo do cancelamento é que a advogada do executivo, Dora Cavalcante, que o acompanharia no depoimento, também será ouvida na investigação, por ser apontada como uma das destinatárias da mensagem.
"Fui informada só hoje de manhã que serei ouvida", afirmou a criminalista.
Dora disse que impedi-la de acompanhar seu cliente é um cerceamento de defesa.
"Isso diz respeito ao sigilo de correspondência entre cliente e advogado, ao direito do cliente preso ser entrevistado pessoalmente por seus defensores ser assegurado. Tem que se fazer valer as regras do processo."
Foi pedido que a defesa de Odebrecht apresente um novo advogado na sexta (17).