Outro Lado
Camargo diz que colabora; para advogado, Sergio Moro fere direitos
Em nota, a empreiteira Camargo Corrêa afirmou que "desde que tomou conhecimento das investigações" colaborou com a Justiça e tem trabalhado para melhorar seu controle interno e sanar irregularidades.
"A construtora reitera que, desde que tomou conhecimento das investigações, além de ter se colocado à disposição das autoridades, tem empreendido esforços para identificar e sanar irregularidades, reforçando sua governança corporativa e sistemas de controle", disse a companhia em seu comunicado.
Os três executivos condenados pela Justiça Federal nesta segunda-feira (20) foram afastados da empresa logo após sua prisão, em novembro de 2014. Com o avanço das investigações, o ex-presidente da empreiteira Dalton Avancini foi demitido em junho deste ano.
Avancini e Eduardo Leite só foram liberados da prisão preventiva após fecharem acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal, em março.
João Auler, que optou por não colaborar com as investigações, saiu da prisão no mês seguinte, após conseguir um habeas corpus no STF (Supremo Tribunal Federal).
Advogado de Avancini, Pierpaolo Bottini, disse não ter "dúvidas que esse [a delação] foi o melhor caminho".
"Nunca é uma decisão fácil fazer acordo de delação, mas certamente meu cliente agora tem a certeza que não volta para a prisão", disse.
Ele afirmou que ainda avaliaria os detalhes da decisão, mas que, no momento, não vê motivo para recorrer a tribunais superiores. Já Celso Vilardi, que defende Auler, ex-presidente do Conselho da Camargo, adiantou que só espera ser notificado da sentença para impetrar um recurso contra a condenação de seu cliente. Para ele, a decisão de Moro "fere os princípios mais básicos do direito penal".