Operação prende fiscais da Fazenda de SP suspeitos de cobrar propina
Patrimônio de servidores seria incompatível com remuneração mensal
O Gedec (Grupo Especial de Repressão a Delitos Econômicos), do Ministério Público de São Paulo, e a Corregedoria-Geral da Administração deflagraram nesta sexta (24) a Operação Zinabre, contra agentes fiscais investigados por envolvimento em suposto esquema de desvio de recursos do ICMS.
A apuração teve início após depoimento do doleiro Alberto Youssef para a força-tarefa da Operação Lava Jato.
A suspeita dos promotores paulistas é que os funcionários públicos cobravam propina a empresários do ramo de cobre em São Paulo em troca da redução do tributo ou da isenção de multa.
O valor efetivamente pago chegou, em alguns casos, a 1% da multa inicialmente apresentada às empresas. A suspeita é que tenham sido desviados até R$ 35 milhões.
Segundo a apuração, o esquema de propina envolvia duas empresas, entre elas a Prysmian, que atua na área de fabricação de cabos elétricos. As duas se tornaram colaboradoras da investigação.
Ao todo, foram expedidos sete mandados de prisão e dez mandados de busca e apreensão. Cinco agentes fiscais, acusados de corrupção passiva e formação de quadrilha, foram presos. Dois continuavam foragidos.
Segundo o Ministério Público, os servidores que são alvo da operação têm um padrão de vida aparentemente incompatível com suas remunerações mensais na Secretaria da Fazenda.
Os mandados de busca foram feitos em residências e escritórios dos agentes fiscais. Foram apreendidos computadores e celulares funcionais e pen drives.