Petrolão
Executivos são levados a complexo penal no PR
Marcelo Odebrecht, Otávio Azevedo e outros seis deixaram sede da PF
Na penitenciária, muitos reclamam da comida, mas agora há visitas semanais sem separação por vidro
Presos desde junho na sede da Polícia Federal em Curitiba, oito executivos das empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez foram transferidos na manhã deste sábado (25) para um presídio comum em Pinhais, região metropolitana da capital paranaense.
A transferência foi autorizada pelo juiz Sergio Moro.
Agora, os executivos, que cumprem prisão preventiva, ficarão no Complexo Médico Penal, onde já estão outros oito presos da Lava Jato, que apura corrupção na Petrobras.
Entre os transferidos estão os presidentes das empreiteiras: Marcelo Odebrecht e Otávio Marques de Azevedo, este da Andrade. Todos negam participação no esquema e dizem que as prisões são desnecessárias. Na sexta, eles foram denunciados pelo Ministério Público à Justiça.
Uma ala do complexo foi reservada as alvos da Lava Jato. Entre os presos no local estão o ex-tesoureiro do PT João Vaccari, o ex-diretor da Petrobras Renato Duque e os ex-deputados André Vargas, Luiz Argolo e Pedro Corrêa.
A transferência foi feita a pedido da PF, que alegou saturação de sua carceragem.
COMIDA
A mudança altera algumas rotinas dos presos. A pior é em relação à comida, classificada como "intragável" por quem já teve contato com os detentos. A maioria dos réus transferidos emagreceu alguns quilos depois da troca.
As celas são para três pessoas: três camas de concreto, uma pia e uma latrina.
O banho é coletivo, e, até pouco tempo, era frio. Sérgio Mendes, da empreiteira Mendes Júnior, libertado em abril após cinco meses detido, mandou construir uma caldeira no local para garantir banho quente aos presos.
Outra diferença é em relação às visitas. Na sede da Polícia Federal, os presos só podem tocar nos visitantes nos encontros que acontecem na última quarta-feira do mês.
Os demais contatos semanais, também às quartas, são no parlatório, onde os presos são separados por um vidro, com duração de aproximadamente 20 minutos.
No Complexo Médico Penal, as visitas aos presos acontecem todas as sextas e têm duas horas e meia de duração. Além disso, todas são presenciais, sem separação.