Planalto busca acordo para compra de caças suecos a juros mais baixos
Negociação com país europeu pode ser concluída nesta quarta (29)
Contrato de aquisição de 36 Gripen do país escandinavo para a FAB foi assinado em 2014 por US$ 5,4 bilhões
O governo da Suécia aceita reduzir a taxa de juros no contrato de financiamento para venda de 36 caças à Força Aérea Brasileira, desde que o Brasil banque parte do prejuízo com a troca de taxas.
A negociação pode ser fechada nesta quarta (29), quando deve deixar o Brasil uma delegação da agência de promoção e fomento às exportações do país europeu, a SEK.
O Brasil escolheu o Gripen para reequipar a FAB no fim de 2013 e, em 2014, assinou um contrato de US$ 5,4 bilhões (hoje cerca de R$ 18 bi).
O problema é que o financiamento pela SEK teria de ser aprovado pelo Senado até o meio do ano. O Brasil pediu a prorrogação do prazo para tentar reduzir a taxa de juros acordada, de 2,54% ao ano.
Como essa taxa é flutuante pelas normas da OCDE (órgão internacional que promove o livre comércio), neste mês ela está em 2,19%.
Os suecos toparam cobrar 2,19%, desde que a diferença para os 2,54% originais seja recomposta, para evitar críticas ao governo –a concessão poderia ser vista como deixa para que outros clientes buscassem a mesma vantagem.
Autoridades brasileiras, porém, consideram que não teriam como explicar que aceitaram uma taxa mais alta neste momento de dificuldades econômicas.
Duas fórmulas de divisão da perda estão em análise. Em uma, o Tesouro brasileiro assumiria metade do custo adicional com a redução da taxa de juros, estimado em US$ 180 milhões, e a Suécia ficaria com a outra parcela.
A outra alternativa criaria uma taxa de administração de 0,35%, equivalente à diferença das taxas de juros, que começaria a ser paga pelo Brasil a partir do 11º ano do financiamento de 15 anos.