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Disparos ferem seis haitianos em São Paulo
Imigrantes baleados nas pernas passam bem
Dois crimes na região central de São Paulo deixaram seis imigrantes haitianos feridos. Todos foram baleados abaixo da região da cintura e não correm risco de morte, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.
Em um dos casos, quatro pessoas ficaram feridas. No outro, mais duas. Todas as vítimas são homens.
O caso, divulgado na sexta-feira (7), ocorreu no sábado retrasado (1º).
Os disparos atingiram os haitianos que estavam nos arredores da igreja do Glicério, tradicional ponto de encontro da comunidade.
De acordo com o poder municipal, que acompanha o caso, uma das suspeitas é que o criminoso possa ter agido por xenofobia. Mas testemunhas afirmam que pode ter havido vingança.
Um dos baleados havia impedido o furto de uma bolsa no local dias antes.
Segundo testemunhas, em um dos ataques, o autor passou gritando pela janela do carro que os haitianos "estavam roubando os empregos dos brasileiros". Depois sacou uma arma de fogo a fez os disparos contra o grupo.
A secretaria de saúde informa que todos os feridos foram atendidos no Hospital Municipal do Tatuapé, na sexta-feira, para reavaliação.
Dos seis haitianos, quatro continuam com balas alojadas no corpo. Eles passarão por novos exames nos próximos dias, para saberem se os projéteis serão retirados.
A prefeitura, por meio de nota, repudiou os atos e ressaltou o compromisso da gestão em combater toda e qualquer forma de violência e xenofobia na cidade.
Há mais de um ano, o fluxo de imigrantes do Haiti para o Brasil, principalmente passando pelo Acre, aumentou bastante.
A maior parte dos viajantes escolhe São Paulo como seu porto seguro.
Por causa da acolhida do padre Paolo Parise, a paróquia Nossa Senhora da Paz, no Glicério, recebeu milhares de cidadãos do Haiti nos últimos meses. Muitos deles, agora, trabalham no país.