Investigações sobre as causas do acidente devem ser inconclusivas
As autoridades que investigam as causas do acidente que matou Eduardo Campos e outras seis pessoas provavelmente nunca conseguirão explicar o que levou à queda do jato Cessna 560XL.
O problema é a ausência de informação das caixas-pretas. O CVR (Cockpit Voice Recorder), que grava as conversas da cabine, não registrou os minutos finais antes da queda. Além disso, o jato não era equipado com um FDR (Flight Data Recorder), que registra as informações do voo.
Sem essas informações, o Cenipa –órgão da Aeronáutica responsável por apurar acidentes aéreos– poderá, no máximo, apontar hipóteses de como avião e tripulação se comportaram ou, a partir da análise dos destroços, descartar possibilidades.
Por isso, o relatório final deverá apontar causa "indeterminada" para o acidente.
Uma hipótese, citada em carta da viúva do piloto Marcos Martins, Flávia Martins, que diz ter estudado o caso, é a de que um erro no automatismo do estabilizador horizontal do jato pode ter levado o avião para a posição "nose down" (nariz para baixo).
Em janeiro, o responsável pela investigação da Aeronáutica, Raul de Souza, afirmou que os pilotos não tinham formação adequada para guiar esse modelo de aeronave –precisariam ter recebido mais treinamento.
Segundo a Aeronáutica, a investigação está em "fase final de análise" –não há prazo definido para a conclusão.
Uma investigação paralela é feita pelo Ministério Público Federal em Santos (SP).
INDENIZAÇÕES
Famílias que tiveram imóveis danificados pelo acidente aguardam indenizações pelos prejuízos materiais. Para a juíza Natália Monti, da 9ª Vara Cível de Santos, a "obscuridade" sobre a propriedade da aeronave "torna praticamente inviável a reparação". (Patrícia Britto e Ricardo Gallo)