Brasil em crise
Dilma diz enfrentar pressão e intolerância
Em ato com movimentos sociais e políticos aliados, petista foi novamente recebida com gritos de 'não vai ter golpe'
Na BA, presidente também recebeu empresários, entre eles representantes de empresas investigadas
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira (14), em Salvador, que vai trabalhar pelo país mesmo "debaixo da pressão, desfaçatez e intolerância que às vezes recai sobre Brasília".
Em discurso para uma plateia de integrantes de movimentos sociais e parlamentares do PT e partidos aliados, a presidente criticou a "insidiosa tentativa de criar no Brasil uma situação de 'quanto pior, melhor'".
Repetindo o script de outros eventos com aliados durante a semana, a petista foi recebida pelo público aos gritos de "não vai ter golpe" e "olê, olá, Dilma, Dilma".
A presidente viajou a Salvador para a segunda edição do programa Dialoga Brasil, lançado há duas semanas em Brasília. Em formato de programa de auditório, com a participação de ministros, o evento teve plateia de 300 líderes de entidades civis alinhadas ao PT, além de políticos do partido.
Quatro ministros falaram de programas que são vitrines do governo, como o Mais Médicos, o Bolsa Família e o Vale Cultura, e a plateia apresentou propostas à presidente.
Uma representante do Conselho de Cultura da Bahia disse que Dilma estava "uma gata". Em resposta, ela afirmou que a constatação era resultado de uma "vida saudável, mesmo debaixo da pressão, desfaçatez e intolerância que às vezes recai em Brasília".
A presidente e ministros dançaram no palco ao som dos tambores do Ilê Aiyê, tradicional bloco de carnaval.
Nos próximos meses, Dilma deve repetir o evento Dialoga Brasil em outras capitais brasileiras, como Recife, na próxima semana, e Fortaleza. A ideia, segundo aliados, é reforçar o apoio da base social do PT à presidente e enfrentar a agenda do impeachment, pautada pela oposição e por protestos como o marcado para domingo (16).
Além da reunião com movimentos sociais, a presidente também teve um encontro fechado com um grupo de 40 empresários de diferentes setores da economia.
LAVA JATO
Participaram da reunião executivos de empresas citadas na operação Lava Jato, como Carlos Fadigas, presidente da Braskem, Elmar Varjão, da OAS, e André Vital, da Odebrecht.
Dilma também foi a Juazeiro (a 504 km da capital baiana) entregar unidades habitacionais do Minha Casa, Minha Vida. Manifestantes contrários à presidente foram barrados pela Polícia Militar da Bahia ao tentarem entrar no galpão onde ela discursaria.
Servidores federais do INSS estavam entre os barrados, assim como manifestantes com adesivos com a mensagem "16 de agosto, eu vou".
Procurados, a Presidência e a Polícia Militar da Bahia não se manifestaram.