Moro é tratado como ídolo nos protestos
Atos têm bonecos do juiz da Lava Jato e abaixo-assinado por maior pena para corrupção
Com faixas, coros ou bonecos, manifestantes que protestaram contra a presidente Dilma Rousseff pelo país neste domingo (16) fizeram diversas demonstrações de apoio ao juiz Sergio Moro, que comanda os processos relacionados à Operação Lava Jato na Justiça Federal.
O juiz que mandou prender diretores das maiores empreiteiras do Brasil foi lembrado também em máscaras, camisas e cartazes com pedidos de prisões de mais petistas.
Em Curitiba, onde tramitam as ações da Lava Jato, o médico André Matos, 35, levou à passeata um boneco com uma foto de Moro em tamanho real. Dezenas de pessoas se aglomeraram para tirar fotos com a peça, que precisou até ser escondida.
"É uma forma de homenagear e apoiar o trabalho dele", disse o médico, que pagou R$ 200 pela impressão.
No Recife, um grupo levou para o ato um boneco gigante do magistrado, no modelo dos usados no Carnaval de Olinda. Uma faixa dizia: "Moro, não nos abandone".
Pelo país, participantes de protestos também adotaram "Je suis Moro" como lema, referência ao mote de apoio ao jornal "Charlie Hebdo", alvo de um ataque no início do ano.
Desde os protestos contra Dilma em março e abril, a Lava Jato resultou em mais condenações de acusados e ampliou o foco de suas investigações, culminando nas prisões do ex-ministro José Dirceu e de executivos das empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez.
Em Salvador, um grupo levou uma faixa com fotos de Moro, dos procuradores da Lava Jato, do procurador-geral Rodrigo Janot e do ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa. A peça dizia: "Patriotas".
Coros, como "Lula, cadê você? O Sergio Moro vai te prender", ouvido na avenida Paulista, também se espalharam pelos atos do domingo.
ABAIXO-ASSINADO
Também houve entre os manifestantes apoio a uma iniciativa do Ministério Público Federal para endurecer as penas de crimes relacionados à corrupção.
Em SP, o grupo "Vem Pra Rua" colheu assinaturas para o projeto, batizado de "Dez Medidas para Combater a Corrupção". Ativistas com pranchetas abordavam manifestantes na av. Paulista.
O objetivo é coletar 1,5 milhão de firmas e levá-las ao Congresso Nacional.