CPI do BNDES aprova pedidos de documentos
Deputados requisitaram ao banco dados sobre Abreu e Lima e empréstimos no exterior
Deputados da oposição conseguiram aprovar na CPI do BNDES, nesta terça-feira (18), uma série de requerimentos para ter acesso a documentos sobre financiamentos do banco estatal no Brasil e no exterior, além de atas dos conselhos administrativos e outras informações.
O banco terá de enviar nos próximos dias dados sobre o financiamento da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e de exportações de produtos e serviços a Cuba, Venezuela, República Dominicana e Angola, entre outros.
Instalada na Câmara em julho, a CPI tem o objetivo de investigar empréstimos suspeitos concedidos pelo BNDES de 2003 a 2015, nos governos Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e Dilma Rousseff (2011-atualmente).
A aprovação das solicitações de contratos e outros documentos ocorreu após um embate entre deputados da oposição e da base. Para governistas, os pedidos representaram uma forma indireta de quebrar o sigilo das empresas privadas envolvidas.
"Não temos nada contra investigar o banco, mas queremos respeito às empresas que foram ao banco com o pressuposto do sigilo", disse Carlos Zarattini (PT-SP). "A empresa que foi tomar empréstimo de dinheiro público devia saber que, em algum momento, isso poderia ser publicizado", rebateu o suplente Caio Narcio (PSDB-GO).
Apesar da resistência, os requerimentos foram aprovados. Para o presidente da CPI, Marcos Rotta (PMDB-AM), nenhum dos pedidos aprovados representa quebra de sigilo.
O presidente da CPI anunciou ainda a criação de quatro sub-relatorias que, na prática, podem diluir o poder do relator, José Rocha (PR-BA).
Para o comando foram escalados membros da oposição e um aliado do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
A sub-relatora de financiamentos internos será Cristiane Brasil (PTB-RJ), filha do ex-deputado Roberto Jefferson. O relatório sobre financiamentos externos será de Alexandre Baldy (PSDB-GO).
O deputado André Fufuca (DEM-MA) será o sub-relator de financiamentos a entes federados. Por fim, André Moura (PSC-SE), conhecido aliado de Cunha, relatará a relação do BNDES com empresas privadas.