Julgamento tenso teve momentos de bate-boca
A sessão do TSE teve momentos de bate-boca.
Luiz Fux propôs fusão das quatro ações sobre a campanha petista. Disse que elas deveriam ficar sob o comando de Maria Thereza de Assis Moura, relatora de uma Ação de Impugnação de Mandato Eletivo, a única com previsão constitucional para cassar um mandato, defendeu.
João Otavio de Noronha, corregedor e relator de duas Ações de Investigação Judicial Eleitoral, insinuou que o colega queria tirá-lo da relatoria do processo para agradar o governo.
"Ocorre que no caso concreto temos um fato. Hoje tem uma previsão que a Aije [ação] deve correr na Corregedoria. Muito simples, o ministro João Otávio não é de agrado do governo, da presidente Dilma, não é do agrado do vice-presidente. Faz como? Vamos tirar a competência. Nos ajuizamos uma Aime [ação]".
Fux rebateu: "Sem essas ilações, por favor, sem essas ilações".
Gilmar Mendes e Maria Thereza também trocaram provocações. Ela argumentou que as acusações contra Dilma levadas pelo PSDB não tinham comprovação, mas Mendes mencionou fatos da Operação Lava Jato.
"Os fato são graves. Mas nem nós nem os autores tinham conhecimento quando a ação [do PSDB] foi trazida", disse a ministra.
Gilmar Mendes rebateu a tese e chegou a falar para a colega, por duas vezes, que não estava "disposto a confrangê-la".