Aécio faz declaração contra Cunha e irrita PMDB
Peemedebistas alegam presunção da inocência
A afirmação do presidente do PSDB, Aécio Neves, de que Eduardo Cunha (PMDB-RJ) não terá condições de seguir no comando da Câmara caso vire réu no processo da Lava Jato irritou o peemedebista e gerou reações tanto no PSDB quanto no PMDB. A declaração de Aécio foi dada em entrevista ao "SBT Brasil".
Cunha, que está em viagem a Nova York, manifestou grande descontentamento a tucanos mais próximos. Ele recebeu desses deputados a garantia de que Aécio iria amenizar o tom da declaração.
A assessoria do PSDB chegou a anunciar uma entrevista coletiva de Aécio para a tarde desta sexta-feira (28), mas a fala foi cancelada.
Cunha é acusado pela Procuradoria-Geral da República de ser destinatário de US$ 5 milhões desviados dos cofres da Petrobras. Caso o plenário do STF decida aceitar a denúncia, é aberto o processo contra o peemedebista e ele vira réu.
Integrantes de partidos de esquerda como o PSOL e o PT pedem o afastamento de Cunha desde já, mas, nos bastidores, o presidente da Câmara ainda conta com sólido apoio, incluindo o dos principais líderes da bancada de deputados tucana.
Aécio, porém, já havia manifestado em reunião a portas fechadas com senadores de oposição na terça (25) que era preciso adotar um discurso mais coerente em relação às suspeitas de corrupção no país. O PSDB pede a saída de Dilma Rousseff, entre outras coisas, devido ao escândalo da Lava Jato.
"O PMDB não concorda com essa leitura. É precipitada essa posição do Aécio Neves, já que tem de prevalecer a presunção de inocência", criticou um dos principais aliados de Cunha, o líder da bancada do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ).