Planalto precisa reavaliar prioridades, diz Renan
Peemedebista afirma que Congresso pode ajudar a achar saída para rombo nas contas
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta quarta (2) que, diante do rombo fiscal nas contas públicas, o governo da presidente Dilma Rousseff precisa reavaliar seus programas e elencar prioridades.
O peemedebista, no entanto, admitiu que o Congresso pode ajudar o Executivo na busca por soluções para reduzir a previsão de deficit no Orçamento para 2016.
"O governo não cabe mais no PIB brasileiro e precisa reavaliar seus programas e conferir prioridade real aos que devem ser mantidos", disse, durante a instalação de uma comissão de juristas que irá analisar os projetos da chamada "Agenda Brasil".
Renan também criticou a iniciativa do governo de propor aumento de impostos para recuperar receitas e disse que a população não aguenta uma carga tributária maior.
Antes da cerimônia, o presidente do Senado admitiu que o Congresso pode ajudar o governo a encontrar saídas para reduzir o deficit de R$ 30,5 bilhões no Orçamento da União para 2016, apresentado ao Congresso pelo governo nesta semana.
"Cabe ao Executivo propor e eu cobrarei em todos instantes que o Executivo proponha. Mas o Congresso tem a responsabilidade de apreciar o Orçamento. Se o Congresso encontrar saídas, melhor.
Na terça (1º), Renan havia dito que cabia ao Executivo propor caminhos para solucionar o rombo fiscal. Apesar de ter baixado o tom nesta quarta, o peemedebista voltou a cobrar que o governo corte mais na própria carne.
"Mais do que cortar despesas obrigatórias, ele precisa dar eficiência ao gasto publico. É isso que o país quer e cobra. E o ajuste orçamentário a gente faz a partir daí."
PAUTA-BOMBA
Em meio a bate-boca entre deputados e pressão de servidores, o Congresso encerrou nesta quarta a sessão conjunta da Câmara e do Senado sem apreciar o veto da presidente Dilma ao reajuste médio de 59,5% para os servidores do Judiciário.
O governo mobilizou sua base de apoio para derrubar a sessão. Ao encerrá-la sob o argumento de que o quórum mínimo não havia sido atingido, o presidente da sessão, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), foi hostilizado por deputados da oposição e por congressistas alinhados às demandas dos servidores.
"Entregue logo as chaves do Parlamento para Dilma", protestou o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG).
Das galerias, servidores gritaram "covarde".
Aprovado pelo Congresso e vetado por Dilma, o reajuste teria impacto de R$ 25 bilhões, segundo o ministro Nelson Barbosa (Planejamento).