Recuperação é questão de meses, diz Levy
O ministro Joaquim Levy (Fazenda) voltou a defender cortes de despesas e para equilibrar o Orçamento e recuperar a economia. "Se a gente não fizer isso, tudo vai ficar mais difícil", disse nesta segunda (7) em Madri, onde participou de evento do jornal "El País".
"O principal para a gente ter um começo de 2016 vendo um processo de queda de juros, inflação convergindo [para a meta] e as condições para as pessoas quererem investir é resolver agora a questão fiscal."
Comparando com a Espanha, que se recupera de prolongada recessão e deve crescer mais de 3%, Levy disse que a reação brasileira será mais rápida.
"Tem períodos que você vê mais custos que resultados. No Brasil vai ser mais rápido que na Espanha. O principal é focar nesses esforços estruturais que vão criar o novo Brasil", disse.
O governo apresentou ao Congresso uma proposta de Orçamento para 2016 com déficit de R$ 30,5 bilhões. Agora, negocia novas fontes de receita para equilibrar as suas contas.
Levy elogiou a "energia" e a "responsabilidade" do governo espanhol ao adotar medidas de austeridade para combater os efeitos do fim da bolha do mercado imobiliário e da crise econômica internacional.
Ele disse que o Brasil continua oferecendo segurança jurídica e convidou as empresas espanholas a continuar investindo no Brasil. "A recuperação é uma questão de meses."
À noite, ao chegar em Paris, Levy foi questionado pela Folha sobre sua própria situação no cargo. Ele respondeu: "Eu estou no exterior, não sei se teve alguma evolução política". Depois, afirmou que é um momento de "cooperação" e disse que o governo vai superar possíveis "erros" cometidos. (DIOGO BERCITO, LUISA BELCHIOR MOSKOVICS e LEANDRO COLON)