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Servidoras da Câmara protestam contra tentativa de banir minissaias e decotes
Cobertas por lenços que simulavam véus usados geralmente por muçulmanas e entoando "cuida do seu decoro, que eu cuido do meu decote", cerca de 30 servidoras da Câmara protestaram nesta quarta (9) contra a tentativa da Casa de banir o uso de minissaias e decotes de seus corredores e salões.
A sugestão de impor um "dress code" foi levada à Mesa da Câmara a pedido de deputadas que manifestaram desconforto com o que chamam de "abuso" por parte de algumas servidoras e visitantes. À frente do grupo está a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ), filha do ex-deputado Roberto Jefferson, condenado no mensalão.
"Tenho 30 anos de Câmara e agora querem medir o meu decote?", questionou a servidora concursada Dirnamara Guimarães, 49.
"É um absurdo que, com tantos problemas graves pelos quais o país passa, parlamentares se preocupem com as roupas com as quais as pessoas entram aqui, um lugar que tem que ser de livre e amplo acesso", disse Jacinta Luiza, 54, servidora concursada.
Apenas dois deputados, Jean Wyllys (PSOL-RJ) e Érika Kokay (PT-DF), participaram da manifestação.
O "dress code" está sendo elaborado por Beto Mansur (PRB-SP), primeiro-secretário da Câmara, que irá apresentar uma proposta à Mesa. O órgão é comandado pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).