Votação de 'tarifaço' gaúcho gera confronto
Policiais e servidores, que estiveram em greve juntos, se enfrentam na Assembleia
Servidores públicos do Rio Grande do Sul e a Brigada Militar (a PM gaúcha) entraram em confronto nesta terça (22) em frente à Assembleia. Cavalaria, gás lacrimogêneo e spray de pimenta foram usados pelos policiais para evitar que todos os funcionários entrassem no prédio.
Os servidores queriam protestar contra projetos do governador José Ivo Sartori (PMDB) enviados para votação em regime de urgência. Eles são contra as propostas que extinguem duas fundações do Estado e elevam o ICMS (Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços).
Até as 20h, o projeto sobre o imposto ainda não tinha sido votado. Sobre a proposta de extinção das fundações, Sartori recuou e retirou o pedido de urgência. Por isso, a peça não foi votada.
Segundo sindicalistas, ao menos três manifestantes foram detidos pela corporação após o confronto de manhã. Não houve feridos. A BM diz que teve de usar a força porque foi alvo de pedradas.
O comandante da Brigada Militar, coronel Alfeu Freitas, disse que toda a ação foi fotografada e filmada. "A BM vai apurar se algum policial reagiu indevidamente."
Sobre o cerco à Assembleia, sindicalistas questionaram por que o presidente da Casa, deputado Edson Brum (PMDB), descumpriu uma decisão da Justiça que permite acesso do público ao local.
Neste ano, PMs e servidores gaúchos atuaram juntos em greves e protestos contra o parcelamento dos salários feito pelo governo Sartori.
Sem recursos financeiros, o governo do RS parcelou os salários dos servidores nos últimos dois meses. Com sucessivos atrasos no pagamento da dívida com a União, as contas do governo foram bloqueadas.
Com projeto de alta do ICMS, de 17% para 18%, o objetivo do Executivo é injetar R$ 1,9 bilhão nos cofres estaduais a partir de 2016.