Petista da BA repete filme de dez anos atrás
Novo chefe da Casa Civil, Jaques Wagner não é um homem de extremos. Escândalos de corrupção do PT? Afirma sempre que "há os santos e diabos em todos os partidos". Economia? Diz que não crê nem em liberdade total nem em intervencionismo demais.
Fundador do PT, ele não pertence a nenhuma das alas da legenda. E consegue uma proeza restrita a poucos: é amigo e goza da confiança tanto de Lula como de Dilma.
Alçado à Casa Civil na condição de bombeiro, repete o filme de 2005, quando, no auge da crise do mensalão, assumiu a articulação política. Com Aldo Rebelo e Eduardo Campos, ajudou a pavimentar a reeleição de Lula.
O perfil conciliador lhe rendeu fama de falar bem com todos. Foi na conversa, por exemplo, que conseguiu suspender uma greve de fome de 11 dias do bispo Dom Luiz Cappio contra a transposição do rio São Francisco, em 2005.
Na Bahia, seu maior feito foi derrotar o grupo de Antônio Carlos Magalhães (1927-2007) ao vencer a eleição para o governo em 2006. Depois foi reeleito e, em 2014, emplacou Rui Costa (PT) como sucessor.
No governo, cercou-se de antigos aliados de ACM. Enfrentou problemas financeiros e na segurança, com um aumento de 75% nos homicídios de 2006 a 2014.
Ministro, deverá deixar a parte operacional com Eva Chiavon, seu braço direito, hoje secretária geral na Defesa, e manter o foco nas costuras políticas.