'Vale a palavra dele', diz ministro da Ciência sobre acusações a Cunha
Pansera foi chefe da Faetec, que loteou por indicados políticos
Para o novo ministro da Ciência e Tecnologia, Celso Pansera (PMDB-RJ), Eduardo Cunha (PMDB-RJ) tem condições de permanecer na presidência da Câmara.
"Ele reafirmou [nesta sexta (2)] a posição dele na CPI. É o que vale. Ninguém viu nenhum documento ainda dessa questão da Suíça. Vale a palavra dele", afirmou.
Apontado como "pau mandado" de Cunha pelo doleiro Alberto Youssef, Pansera negou que sua atuação na CPI da Petrobras tenha sido orientada pelo aliado. O doleiro disse que o deputado buscava intimidá-lo ao pedir quebras de sigilos fiscal e telefônico de seus familiares.
O novo ministro considerou "natural" sua indicação, por ser um dos deputados peemedebistas contrários ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. "A bancada me vê como um dos mais governistas", disse Pansera.
"Uma coalizão com o PMDB tem que respeitar sua importância, a relevância do partido. O que a presidente fez foi um grande apelo para buscar reequilibrar a coalizão do governo", disse.
Pansera foi eleito em 2014 em sua primeira disputa. Ele faz parte do grupo político do prefeito de Duque de Caxias, Alexandre Cardoso (PSD), coordenador da campanha no Rio de Dilma, no ano passado.
O ministro foi presidente da Faetec (responsável pelo ensino técnico no Rio) por cinco anos e vice da instituição por outros dois. No período, ampliou o número de Centros Vocacionais Tecnológicos, loteados por indicados políticos.
Ele era dono de um pequeno restaurante self-service em Duque de Caxias, chamado "Barganha". O ministro vendeu o comércio, que passou a se chamar "Bistrô 25", em julho.