Oposição opta pelo silêncio sobre peemedebista
Fiel escudeira do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a oposição tem preferido o silêncio sobre as denúncias que pesam contra o peemedebista, temendo que manifestações contrárias a ele inviabilizem eventual processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
Cunha tem total controle sobre o andamento dos pedidos de afastamento da petista do cargo. Nesta semana, ele arquivou cinco dos 14 que estavam sob sua mesa e disse que espera decidir sobre os demais nos próximos dias.
A oposição firmou, há semanas, um acordo velado com Cunha sobre o rito do impeachment. Para não arcar sozinho com o ônus político da decisão, ele rejeitaria o pedido do ex-petista Hélio Bicudo, chancelado pelos oposicionistas, que entrariam com um recurso ao plenário para o processo seguir em tramitação.
Criticar Cunha pelas denúncias seria arriscar quebrar esse acordo, na avaliação feita ao longo dessa semana. Integrantes dos maiores partidos de oposição afirmam estar "entre a cruz e a espada".
"Se o abandonarmos e apoiarmos publicamente a renúncia da presidência ou a cassação do mandato dele, acabamos com qualquer possibilidade de impeachment, porque, a não ser que um oposicionista assumisse a presidência –o que é impossível– nenhum outro parlamentar dará sequência ao impeachment", disse um deles.
As discussões sobre a situação de Cunha voltaram nesta semana com as notícias de que o deputado teria contas bancárias na Suíça.