Oposição fala em acelerar processo de impeachment
Líder do PPS disse que julgamento das contas 'lava a alma' do povo
Integrantes de movimentos que pedem o afastamento de Dilma fizeram vigília e soltaram fogos
A sessão do TCU (Tribunal de Contas da União) que rejeitou as contas da presidente Dilma Rousseff de 2014 foi acompanhada por integrantes da tropa de choque da oposição, que comemoraram o resultado com aplausos e prometeram avançar com o pedido de impeachment da petista no Congresso.
Deputados do PSDB, DEM, Solidariedade, além do senador Lasier Martins (PDT-RS), lotaram a primeira fila do plenário do tribunal. Entre os presentes estavam os líderes do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), do DEM, Mendonça Filho (PE), do PPS, Rubens Bueno (PR), além do presidente do Solidariedade, Paulo Pereira (SP).
Coube ao ministro Luís Inácio Adams (Advogado-Geral da União) dividir a fileira das poltronas com os oposicionistas. Alguns tentaram tirar fotos ao lado do ministro, em clima de descontração.
Ao fim da sessão, os líderes da oposição afirmaram que irão utilizar o julgamento para avançar no Congresso com o pedido para tirar Dilma da presidência.
"Essa decisão do TCU só reforça a necessidade de levarmos adiante o processo de impeachment por crime de responsabilidade por parte da presidente", disse Carlos Sampaio. "Foi a pá de cal do governo Dilma", reforçou o líder do PPS, Rubens Bueno (PR)." Foi um julgamento histórico para lavar a alma do povo brasileiro", completou.
O líder do DEM, Mendonça Filho (PE), afirmou que o fato de a análise do TCU ter se debruçado sobre as contas de 2014, no mandato anterior, portanto, não impede a abertura do processo. "As pedaladas fiscais tiveram grande volume durante 2014 e adentraram em 2015. Houve uma contaminação de uma coisa na outra, não há como não reconhecer isso", disse.
A oposição vai aguardar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), definir o que fará com o pedido de afastamento de Dilma feito pelo jurista Miguel Reale Jr. e pelo ex-petista Hélio Bicudo, o que deverá ocorrer na próxima semana.
Em uma manobra acertada com a oposição, Cunha deverá rejeitar o pedido de Bicudo. A oposição apresentará, então, um recurso para que o pedido do ex-petista seja apreciado pelo plenário da Câmara.
Do lado de fora do tribunal, integrantes de movimentos pró-impeachment fizeram vigília e soltaram fogos ao final da sessão. Alguns representantes conseguiram convite e puderam assistir a sessão.