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Deputados pedem cassação de peemedebista
Trinta parlamentares de sete partidos entregaram representação contra Eduardo Cunha à Corregedoria da Câmara
Pedido não deve prosperar, já que depende de órgãos controlados por aliados do presidente da Casa
Trinta deputados federais de sete partidos protocolaram na tarde desta quarta (7), na Corregedoria da Câmara, representação pedindo a abertura de processo de cassação do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Assinam o documento 17 deputados do PT, cinco do PSOL, três da Rede, dois do PSB, um do PPS, um do Pros e um do PMDB –o ex-governador de Pernambuco Jarbas Vasconcelos. Também assina a representação Cabo Daciolo, que era do PSOL e hoje está sem partido.
Cunha foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República sob acusação de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras. Recentemente, veio a público que o Ministério Público da Suíça identificou contas secretas naquele país atribuídas a Cunha e familiares, o que vem minando seu apoio.
O presidente da Câmara tem apoio das principais siglas de oposição, mas isso deve mudar caso venham à tona documentos que provem sua ligação com contas no exterior. À CPI da Petrobras, ele negou ter contas fora do país.
"Impressiona o mutismo da grande maioria das lideranças partidárias", disse o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) durante o ato.
O próprio grupo de deputados –que representa apenas 5,7% do total de cadeiras da Casa"" reconhece que acionar a Corregedoria tem efeito mais simbólico que prático.
Isso porque cabe à Corregedoria encaminhar a representação para que a Mesa da Câmara decida o que fazer. A Mesa é presidida por Cunha e composta por seus aliados.
No ato, deputados demonstraram surpresa com a informação do corregedor, o deputado Carlos Manato (SD-ES), de que Cunha nunca deu sequência a representações feitas pelo PSOL contra investigados na Operação Lava Jato. A informação, porém, foi revelada pela Folha em julho.
Recebida a representação, cabe à Mesa decidir se determina a abertura de investigação. Manato, que é de partido aliado ao PMDB, disse que Cunha tem que se declarar impedido na análise.
Mesmo se a investigação for autorizada, o corregedor pode apenas elaborar parecer para a própria Mesa, que decide se o encaminha ao Conselho de Ética –também controlado por aliados de Cunha.