Multas por poluição já superam as de 2013
Queimadas ilegais da palha da cana-de-açúcar lideram ocorrências registradas pela Cetesb na região de Ribeirão
Ao todo, já foram dadas 46 multas em Ribeirão, Franca e Barretos; em todo o ano passado, o número chegou a 44
Em nove meses, o número de multas aplicadas pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) na região de Ribeirão por emissão de poluentes foi maior do que em todo o ano passado.
De acordo com dados da companhia, nas agências de Ribeirão Preto, Barretos e Franca, foram aplicadas 46 multas de janeiro a setembro deste ano, ante as 44 em todo o ano passado.
Ribeirão foi a cidade que influenciou a alta nas multas, com 32 penalidades neste ano. A alta se deve ao registro de 18 multas por queima ilegal da palha da cana.
No ano passado, quando foram aplicadas 21 multas, só foram registradas quatro penalidades por queimada ilegal nos canaviais da região.
As queimadas em canaviais podem trazer um prejuízo para a próxima safra de até R$ 10 mil por hectare destruído, segundo levantamento da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).
Os incêndios também são um dos fatores para a quebra da safra, estimada para 15% neste ano no Estado.
A maioria das multas por queimada ilegal foi aplicada em usinas de Sertãozinho, que teve seis penalidades. Foram aplicadas outras cinco multas em usinas de Pontal, três para as de Morro Agudo e duas para empresas de São Joaquim da Barra e Serrana.
Em Franca, o setor com o maior número de multas é o de processamento de couro e fabricação de calçados --ramo que historicamente apresenta problemas no município, segundo a Cetesb.
De acordo com Alessandro Palma, gerente interino da companhia em Franca, a agência foi montada na cidade para lidar com os problemas gerados pelo setor.
"Antes, os curtumes ficavam no centro da cidade. Foi um avanço levá-los para o distrito industrial. Mas com a cidade crescendo, novos problemas começam a aparecer", disse Palma.
Na semana passada, o Ministério Público de Franca e o curtume Cubatão firmaram um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) para transferir a fábrica do distrito industrial para a zona rural do município.
A medida se deve a um problema em que, após o sistema de recalque não aguentar, o volume de poluentes transbordou e atingiu a área de preservação permanente do córrego Santo Antônio.
"É uma atividade que causa incômodos porque emite um forte odor, por causa dos compostos de enxofre, e pelo lançamento de metais pesados utilizados no tratamento do couro", disse o gerente.