Hospital admite atraso no salário de médicos
Sem receber em dia, 19 especialistas em ortopedia deixaram de atender na unidade
O superintendente do Hospital Santa Lydia, Ariclenes Garcia da Silva, admitiu nesta terça-feira (4) que os 19 médicos ortopedistas que pediram demissão da unidade não receberam os salários.
Na segunda-feira (3), em nota à imprensa, o hospital havia informado que a saída fazia parte de uma reestruturação, mas não mencionava que os profissionais haviam pedido desligamento.
Em entrevista coletiva no hospital ele afirmou que a iniciativa de sair foram dos próprios profissionais. E que o atraso poderia ocorrer, sendo que todos tinham ciência da possibilidade de que poderiam não receber em dia.
"A possibilidade de atraso nos pagamentos era algo previsto em contrato, que é uma relação comercial. Temos a intenção de pagar em dia, mas foi um problema de fluxo de caixa", disse.
Os profissionais foram contratados de uma empresa terceirizada, mas é o hospital que faz os pagamentos.
Com o fim do atendimento, o sistema SUS em Ribeirão Preto fica desfalcado. Haverá um hospital a menos para atender os pacientes em situação de emergência na área de ortopedia.
Pelas contas do superintendente, o fim dos atendimentos afetará cerca de 50 pacientes que eram atendidos diariamente, e que agora, serão remanejados.
O médico ortopedista Gustavo Campanholi, que integrava a equipe, disse que eram realizados uma média de 2.000 atendimentos por mês --ou 65 por dia.
O superintendente do hospital eximiu o município de culpa, dizendo que os repasses não estão atrasados.
De acordo com Silva, o hospital está negociando a contratação de uma outra equipe para retomar os atendimentos de ortopedia. Porém, não há previsão de quando isso deve ocorrer.
Silva foi convocado para falar sobre o tema na Câmara, mas não compareceu.
Os outros hospitais não souberam informar sobre os reflexos de um possível aumento nos atendimentos.