Oito municípios da região têm semana de 'miniapagões'
De acordo com moradores, quedas duram, no máximo, dez minutos, mas ocorrem várias vezes no mesmo dia
Produtores rurais das regiões de Altinópolis e Descalvado registraram prejuízos na produção de leite e de frango
Cidades da região de Ribeirão Preto têm registrado quedas de energia elétrica durante todo o dia e à noite desde a última segunda-feira (19), quando um apagão atingiu 11 Estados e o Distrito Federal.
Moradores e empresários de oito municípios relataram à Folha que a queda dura pouco, no máximo dez minutos, mas ocorrem várias vezes num mesmo dia.
O problema acontece em Ribeirão Preto, Cravinhos, Brodowski, Cajuru, Santa Rosa de Viterbo, Jaboticabal, Altinópolis e Descalvado.
"Os apagões são rápidos, mas constantes. Tenho receio de que os equipamentos eletrônicos queimem", afirmou a empresária Marina Cavalcante, 45, de Ribeirão.
No município, a queda de energia é registrada em diferentes bairros, como na Vila Tibério (zona oeste) e no Jardim Irajá (zona sul).
Na região central, lojistas reclamam dos "apagões" principalmente à tarde.
Segundo Paulo César Garcia Lopes, presidente do Sincovarp (Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto), a tendência é que comerciantes acionem os responsáveis caso sejam registrados prejuízos financeiros.
Na última segunda, a falta de luz afetou a UBDS Central por cerca de 25 minutos à tarde. Já o Hospital São Francisco e a maternidade Sinhá Junqueira funcionaram à base de geradores no período.
Para evitar perdas, Maria Helena Bastos, 32, dona de um restaurante em Brodowski, afirmou que deverá alugar um gerador. Em Altinópolis, as interrupções de energia acontecem, principalmente, no centro e durante o dia.
PERDAS NO CAMPO
Os prejuízos já são contabilizados por produtores rurais das regiões de Altinópolis e Descalvado.
O produtor João Roberto Pestana de Castro, 72, por exemplo, disse que teve de jogar fora 2.000 litros de leite na semana que passou. Quatro bombas queimaram, um prejuízo de cerca de R$ 3.000.
Em Descalvado, o sindicato rural calcula que ao menos 30 mil frangos morreram desde o início do mês devido às quedas de energia.
O problema se agravou na última semana, diz o presidente Luiz Antônio Fioroni.
A região tem 150 produtores, que dependem da eletricidade para manter a temperatura dos aviários em 25°C.
Questionada, a CPFL não respondeu.
Na última segunda, informou que o ONS (Operador Nacional de Saúde) determinou o corte.
Afirmou também que foi autorizada a restabelecer o fornecimento de energia a um terço dos clientes atingidos. Não informou, no entanto, quando a situação será normalizada.