Justiça barra menores em shopping de Franca
Decisão, válida para adolescentes desacompanhados, pretende evitar os 'rolezinhos'
Para evitar os "rolezinhos", a Justiça de Franca proibiu a entrada de menores desacompanhados dos pais ou responsáveis todas as sextas no único shopping da cidade.
A decisão liminar atende a uma ação movida pelo próprio empreendimento. Na sentença, a juíza Julieta Maria Passeri de Souza afirma que os jovens "não estão à altura" de frequentar o local.
O shopping alega que é alvo constante de invasões que causam "tumultos, correrias e algazarras" que colocam em risco a integridade física de lojistas e clientes.
Segundo o Conselho Tutelar, no ano passado foram convocados os responsáveis de 20 adolescentes identificados de participarem dos "rolezinhos" no shopping.
Na decisão, a juíza diz que a insegurança é geral e o "rolezinho" dificulta o passeio de outros clientes, além de prejudicar a atividade comercial.
Segundo a magistrada, "se [os jovens] não sabem se comportar em sociedade, se desconhecem as mínimas regras de convivência, não estão à altura de frequentar o único shopping center da cidade, e praticamente a única fonte de lazer do francano".
Em caso de descumprimento da decisão e de manifestações dentro do shopping, os jovens deverão ser multados em R$ 5.000 por dia.
Para Sérgio Kodato, do Observatório da Violência e Práticas Exemplares da USP Ribeirão, a decisão é "infeliz" e reflete uma visão conservadora da cidade.