Folha.com/Tec
Luli Radfahrer
Não votei em você
DE SÃO PAULO - Esta coluna foi escrita na sexta-feira que antecedeu as eleições (24). Ela não diz respeito ao candidato vitorioso, mas aos comportamentos daninhos que antecederam sua vitória. Vale para os dois lados.
Fazia muito tempo que não se viam brigas entre correligionários nas ruas, nem um debate de tamanha intensidade emocional. Por todo lado, o que se via era uma divisão, como se os valores das partes fossem mutualmente exclusivos.
Pouco se debateu sobre opções de governo. Se houvesse tal debate, não seria difícil chegar à conclusão razoavelmente óbvia de que os dois não eram, em sua essência, tão diferentes.
Nem tão poderosos. As instituições brasileiras são fortes o suficiente para impedir qualquer grande virada na condução do Estado. Mas é difícil explicar essa condição em um ambiente de tamanho caráter emocional.