'Apple chinesa' passa a valer US$ 45 bi
Xiaomi, líder em smartphones em seu país de origem e terceira no mundo, ultrapassa Uber entre as start-ups
Conhecida por seus aparelhos baratos, empresa quer se expandir além da Ásia e visa também o Brasil
A Xiaomi, empresa da China fundada em 2010 e que já é líder em seu país de origem na venda de smartphones e terceira no ranking global, está levantando mais de US$ 1 bilhão com investidores.
A operação torna a empresa, conhecida com a "Apple chinesa", uma das start-ups mais valiosas do mundo. O valor de mercado é estimado em US$ 45 bilhões, mais que os US$ 41 bilhões do Uber, aplicativo de serviço de transporte alternativo que coleciona polêmicas pelo mundo, e que os US$ 35 bilhões da rede social de fotos Instagram.
Segundo o "Wall Street Journal", a captação de recursos foi liderada pelo fundo de tecnologia All-Stars Investment e inclui o fundo russo de tecnologia DST Global e o GIC (fundo soberano de Cingapura), além da Yunfeng Capital, empresa de "private equity" afiliada ao presidente-executivo do conselho do Alibaba, Jack Ma.
A Xiami não se pronunciou sobre o assunto.
Conhecida por seus smartphones baratos e de alta tecnologia, e presente ainda em poucas nações asiáticas, a Xiaomi planeja para o ano que vem uma expansão para outros continentes.
A fabricante chinesa afirma ter vendido 26,1 milhões de celulares no mundo na primeira metade deste ano, alta anual de 271%. A empresa está atrás apenas das gigantes Samsung e Apple, segundo a consultoria IDC.
No período, a receita atingiu US$ 5,3 bilhões, crescimento de 149%.
A empresa argumenta que a maior parte do lucro é proveniente da venda de softwares para seus aparelhos.
O objetivo era chegar a dez mercados até o final de 2014, conforme anunciado mais cedo neste ano, mas os planos acabaram sendo adiados.
BRASILEIRO
"Percebemos que seria mais inteligente colocar mais esforço na Índia e na Indonésia antes de expandir para locais mais distantes", escreveu o vice-presidente global da companhia, o brasileiro Hugo Barra, em comunicado.
Contratado para liderar a expansão internacional da Xiaomi, Barra, que trabalhou também no Google, disse que o Brasil é o próximo alvo da empresa. De acordo com o executivo, a marca deve desembarcar no país no primeiro semestre de 2015.
Além do Brasil, os alvos da empresa devem ser, principalmente, outros países em desenvolvimento em vez dos consolidados mercados norte-americano e europeu. A ideia é que a companhia chegue também à Tailândia, à Rússia, ao México e à Turquia no ano que vem, escreveu Barra no comunicado.
APPLE CHINESA
O dono da empresa, Lei Jun, é conhecido como o "Steve Jobs chinês", por usar jeans e camiseta preta nas apresentações dos novos produtos, em eventos concorridos que levam os fãs da Xiaomi ao delírio. Com uma fortuna avaliada em US$ 9,1 bilhões, ele é o oitavo maior bilionário da China e o 130º no ranking global da "Forbes".