Empresas querem levar a vida financeira para as redes sociais
Facebook, Snapchat e PayPal adotam sistemas para permitir o envio de dinheiro a amigos
No Brasil, carteira eletrônica carregada com saques do cartão de crédito pode ser usada em transferências
Você organiza um churrasco com os amigos, avisa quanto vai custar, mas precisa aguardar até que todos façam a transferência bancária antes de comprar a carne.
Ter de esperar para o dinheiro cair na conta ou pagar uma taxa para o banco para fazer a transação pode, em breve, virar coisa do passado. Redes sociais e start-ups (empresas iniciantes) estão tentando facilitar os pagamentos entre amigos --também chamados de transferência "peer-to-peer" (ou P2P).
Em março, o Facebook lançou o serviço dentro do aplicativo Messenger para alguns usuários da rede social nos EUA. Antes disso, em agosto do ano passado, o Snapchat criou o Snapcash, com a mesma funcionalidade. Há ainda o Venmo, plataforma social de transferência de dinheiro do PayPal, que processou US$ 906 milhões em pagamentos no quarto trimestre de 2014, 29% a mais que em igual período do ano anterior.
O fenômeno, que tem direito a "likes", "emoticons" e comentários, já tem nome nos Estados Unidos: "social payment", ou pagamento social. Trata-se de uma tentativa de levar a febre das redes sociais para os serviços financeiros.
No Brasil, existem algumas iniciativas parecidas, como a da start-up PicPay, que criou uma carteira eletrônica que é carregada com cartão de crédito e pode ser usada para transferir dinheiro a amigos.
Para Samantha Carvalho, professora da ESPM-RS, a maior parte das experiências de pagamento pelo celular, até aqui, foram negativas. "O usuário tem a sensação de que não funciona e desiste."
Com empresas como o Facebook entrando no mercado, isso pode mudar, afirma.
No Brasil, um dos exemplos de sistema de pagamento móvel que tem uso mais intensivo é o Easy Pay, plataforma do aplicativo de táxi Easy Taxi. Para pagar, é preciso cadastrar um cartão de crédito e apertar um botão no app.
"Hoje, 30% das corridas em São Paulo são pagas pelo aplicativo", diz Dennis Wang, presidente da companhia.