Google muda fórmula de buscas no celular
Páginas não formatadas para dispositivos móveis vão receber menos destaque nas pesquisas feitas por smartphone
Nos EUA, 44% das 500 maiores companhias não estão prontas para a mudança, que pode afetar faturamento
O Google vai mudar nesta terça-feira (21) a forma como seu sistema de buscas recomenda sites após pesquisas feitas em celulares. A empresa dará prioridade para páginas formatadas para dispositivos móveis, tirando o destaque das que não tiverem feito a transição.
Diferentemente das outras mudanças na fórmula secreta do buscador, dessa vez ela foi anunciada para com antecedência, em fevereiro. Em post em seu blog oficial, a companhia alertava sobre a alteração, oferecia um teste de compatibilidade e dava indicações do que precisava ser alterado em cada site.
Essa antecipação sugere que o Google espera que a mudança gere de fato impacto. Alguns especialistas estão chamando a alteração de "mobilegeddon" (junção de "mobile" e "armagedom").
Uma queda na posição em que as companhias aparecem no buscador pode ter impacto no tráfego de internautas que elas recebem e, no caso de uma loja virtual, por exemplo, no faturamento.
Além de todo o conteúdo estar disponível para a versão móvel, o Google também levará em conta o tamanho da fonte, o tempo de carregamento da página e quanto ela consome de dados do usuários, entre outros fatores.
A mudança de sistema não vai afetar as buscas feitas em tablets ou desktops. Entretanto, como os dispositivos móveis são responsáveis por metade das buscas feitas no Google, é provável que as empresas notem a diferença.
Há duas semanas, o portal de tecnologia "TechCrunch" realizou uma pesquisa com as páginas das 500 maiores companhias dos Estados Unidos para ver se as empresas estavam preparadas para a mudança --44% delas falharam na análise e estão sujeitas a perder posições nos resultados de buscas.
"Com o cenário econômico atual, as empresas brasileiras também deixaram esse assunto de lado e não o consideraram como uma prioridade", diz Rafael Cichini, presidente-executivo da empresa Just Digital, especializada no setor de buscas.
Ele afirma que o problema é maior nas corporações de pequeno porte, que não têm o mesmo poder de investimento das grandes. "É uma oportunidade para pensar primeiramente nos conteúdos voltados para a versão móvel e depois fazer as outras", recomenda.
Entretanto, Sam Silverwood-Cope, da companhia de análise Pi-Datametrics, disse ao jornal "Financial Times" que pode ser interessante medir primeiro os impactos da mudança e depois investir no redesenho das páginas.