Pisando em neve
Passeio mais disputado em Megève é sobrevoar picos em monomotor
Megève é considerada por muitos franceses uma das mais belas estações de esqui da Europa. Com o indefectível Mont Blanc, o pico mais alto dos Alpes (mais de 4. 800 metros de altitude), dando as caras para os visitantes em quase todo canto, é mesmo difícil não se encantar.
Historicamente, muitos caíram de amores pela cidade, que inspirou Jacques Revaux a compor "My Way", a canção imortalizada no vozeirão de Frank Sinatra. O caso mais notório foi o da baronesa de Rothschild, que, apaixonada pela "beleza feminina" de Megève, comprou uma hospedaria numa colina em 1924 e foi a primeira a "mostrar Megève para o mundo", como defendem alguns moradores. Hoje, a hospedaria foi transformada no Hôtel du Mont d'Arbois, do grupo Relais & Châteaux, e é um dos mais celebrados da cidade.
Mesmo com intensa atividade turística ao longo do ano todo, Megève ainda mantém a atmosfera de uma cidade do interior. O centrinho medieval tem grifes de luxo, vendedores locais de queijos e compotas e feirinha bricabraque (estilo brechó) convivendo lado a lado. Lanchonetes sem frescuras e restaurantes estrelados no "Michelin" --como o Flocons de Sel, de Emmanuel Renault, dono de três estrelas, com direito a menu no almoço a € 33 (R$ 102).
Para quem pratica esqui ou snowboard, são 445 km de pistas de diferentes níveis (e 27 teleféricos), com passes completos desde € 42 (R$ 130).
Fora das pistas, os spas de Megève atraem os holofotes.
O mais famoso deles é o do Les Fermes de Marie, criado nos anos 80 por Jocelyne Sibuet --que hoje utiliza ali sua própria linha de cosméticos, Pure Altitude (pure-altitude.com), com base na flor alpina edelvais, emblemática na cidade.
Mas são os sobrevoos dos Alpes em monomotor os passeios mais disputados de Megève. Com duração entre dez e 30 minutos e valores desde € 34 (R$ 105) (aerocime.com), os aviões da década de 50 com janelas até o teto escancaram a exuberante paisagem dos Alpes.
Apesar de pequenos (no máximo quatro passageiros), são tão suaves que a gente mal sente descolarem do solo rumo às montanhas.
Entre picos por todos os lados e glaciares gigantescos abaixo da aeronave, o próprio piloto com pinta do aviador americano Charles Lindbergh faz as vezes de guia, identificando pelo nome cada um deles e as pistas de esqui visíveis lá do alto, até o Mont Blanc ficar cara a cara com o turista. Inesquecível. (MC)