Chaves no estômago
Veja onde provar na Cidade do México as famosas guloseimas do personagem, cujo criador morreu no dia 28
Churros, sucos de tamarindos, pirulitos e sanduíches de presunto. Fora da vila que serviu de cenário para a série de TV "Chaves" é possível encontrar quitutes que fizeram a alegria do personagem criado por Roberto Bolaños, morto no dia 28, aos 85 anos.
Mercados, banquinhas de rua e uma "churreria" inaugurada em 1935 são alguns dos pontos turísticos da Cidade do México onde fãs do seriado --fenômeno televisivo em toda a América Latina-- podem viver um dia de Nhonho, garoto comilão que não deixava nada no prato.
Além das comidas, muitos locais da capital mexicana também vendem souvenirs do programa.
A variedade de opções é enorme, e pode ir desde ímãs de geladeira a graciosos bonecos de pano da Chiquinha e del Chavito.
No mercado de La Merced, barraquinhas de "águas de sabores" vendem sucos de tamarindo e água de Jamaica, bebida feita a partir do hibisco, planta conhecida no México como flor da Jamaica. Mas, diferente do episódio de "Chapolin", em que a água é um atrativo para duendes, o drinque vermelho tem apenas gosto enjoativo. O copo médio custa 15 pesos (R$ 3).
O passeio pelo mercado é caótico, mas vale a pena. Muita gente, muito barulho e cheiros fortes de comida se misturam ao comércio selvagem de panelas, roupas, DVDs, enfeites de Natal e qualquer artigo imaginável. Até mesmo pirulitos redondos e coloridos como os da série.
Ainda na pegada dos doces, os churros podem não ser iguais aos da Dona Florinda, mas a tradição da "churreria" El Moro conta pontos. Ali, quatro deliciosos churros com café com leite saem por 40 pesos (R$ 7,50). Colada à estação de metrô San Juan de Letran, tem a cozinha à mostra para quem quiser ver a produção.
FARTURA
A maior surpresa, porém, é o sanduíche de presunto. Quem imagina o prato preferido do Chaves como um daqueles sanduíches matadores do Mercado Municipal de São Paulo vai se enganar. A fartura é igual, mas o nome do prato não é o mesmo da dublagem brasileira. Banquinhas espalhadas pelas ruas oferecem tortas de jamón que combinam presunto, cebola, pimenta --como sempre-- e abacate, tudo em um pão tostado do tamanho de uma ciabata. O prato custa, em média, 27 pesos (R$ 5). Tomate e outros igredientes podem ser acrescidos. Tudo fica ao gosto do cliente.
Quem provar as tortas na região do metrô Balderas deve conhecer o mercado de artesanatos de La Ciudadela.
São 355 lojas e restaurantes que vendem artigos da cultura mexicana. Caveiras, máscaras de luta livre, objetos com a imagem de Frida Kahlo e enfeites de papel com motivos locais dividem espaço com camisetas, bonecos, gorros e marionetes dos personagens criados por Bolaños.
Chaves e Chapolin estão por toda a parte. Fãs mais fervorosos podem seguir este roteiro, cavucar outras referências espalhadas pela Cidade do México e terminar o tour na praia de Acapulco, no sudoeste do país. Mas "isso, isso, isso", como no bordão do personagem, é assunto para outro capítulo de "Chaves".